30 de dezembro de 2011

E o amanhã, como será?




A gente sempre pensa em promessas, em mudanças, no que pode-se ou não fazer para melhorar em todo início de ano. Mas, já foi dito antes: "o último dia de dezembro é igual ao primeiro de janeiro". Pessimismo, descrente...não me julguem. Apenas estou buscando os meus desejos para o ano que se aproxima. Também quero fazer promessas de um ano bom. Também quero metas, desejos, e mudanças, de preferência para melhor. Quero apenas saber por onde, e como começar.

Homens linearizaram o tempo, criando suas datas, montando seus cronogramas. Sabe-se que a vida é cíclica, compostas por mudanças, onde, nada se cria, e nossos sonhos são os mesmo há muito tempo. Nossa busca por ideais, pelo topo imaginável, pela corrida espacial de cada um. E pouco se percebe onde está o que realmente faz de cada um, ainda mais importante. O que nos eleva, o que nos acrescenta; o que se deixa para trás, guardado num baú chamado passado, e o que se carrega rumo ao futuro.

É aquele momento para os supersticiosos se divertirem, se agarrarem ainda mais às suas técnicas de como fazer, ou melhor, tentar fazer, do seu ano que vem, melhor do que o ano que se vai. Lógico, é claro, que não vou dar dicas aqui, do que comer, qual a cor da lingerie ou da cueca que usará. Não consigo enxergar como uma simples cor de cueca pode influenciar no seu futuro. O que significaria então, usar uma com a carinha de um elefante? rs (sem espaço para imaginações)

Here comes the sun
The sun is the same in the relative way
But you are older



Até que ponto, não prometer, é correr o risco de estar prometendo algo? Fazendo planos, agarrado em ceticismos não definidos, simplesmente, pelo medo da decepção. Mas não fazer promessas não quer dizer que seja por medo, mas sim, por ideologias, estilos de vida, não sei bem. Cada um leva do seu jeito, e isso não caracteriza um mais ou menos otimista em relação ao outro. Pode-se dizer que seja teoria e prática, e que a preferência seja escolhida por cada um.


A retrospectiva machucando muito, mostrando muita miséria com a classe que vive abaixo dela, e que são os mais atingidos, claro! Japoneses mostrando sua capacidade de se reinventar a cada desastre, que para muito serve como um aviso para 2012. Mas como disse o grande Marcelo Tas, "se 2012 chegar, o fim do mundo vai acabar?" Pois é, continuaremos nossa luta, ainda com nossos ídolos, nas mãos dos deuses.

Não sei bem o que pensei para ser o último post do ano, como premissa para o ano novo. Não sei bem minhas expectativas, se as tenho realmente, o que pensar, o que fazer. Onde mudar, pra quê e por quê fazê-lo. Sigo buscando meu caminho, ainda contra à maré, que continua cheia e forte.


Um 2012 cheio de vibes positivas!
Júnior Vilas Bôas

9 de dezembro de 2011

Uma lig-ação




Há muito se perguntando, como surgiu esta ligação? O que foi responsável por esta atração, que se assemelha a uma interação de íons metálicos. Van-der-Waals não saberia responder, pois a ligação que leva o seu nome é fraca demais comparada a esta em questão.

A trama continua, o jogo de caça-ao-tesouro- não para, é como se o labirinto fosse se tornando cada vez maior e mais complexo. Por enquanto, tem-se apenas a imagem pela janela, pelo esquadro, na janela do celular, numa imagem congelada, o riso pronto, sem complicações e/ou explicações, apenas estar lá. Por hora, é apenas isso! Um prato fundo, a comida pouca, a fome devastadora. É a fome do mundo todo em apenas uma pessoa. Mas, e aí, como explicar essa ligação? Como esquecer de todo o contexto, de tudo mesmo? Um jogo que é jogado sozinho, ou então, essa seja a maneira como jogas. Caso seja, não agrada, não mesmo.


"...às vezes faz nossa cabeça,
    um par de olhos, um pôr de sol;
   às faz a diferença..."




É difícil alguém provar para você que não existe nem a possibilidade, na verdade, você não dá nem chance para uma contra-resposta. Você pede explicações, mas querendo ouvir só o que te interessa, ou seja, busca explicações para essa ligação, mas as próprias especulações não te satisfazem.


Não saber onde isso tudo vai parar assusta, perder o controle por alguns segundos, pode tirar o trem dos trilhos e causar graves acidentes. Assusta, é claro que sim, mas...
...como diz o mestre: "vibramos em outras frequências".

Quantos já alimentaram algo semelhante? Não são todos, eu imagino. Não fui eu toda vida. Que aconteça com frequência ou não, por que deixar de lado?

Faço minha parte, sentindo culpa ou não, sei que sempre é possível. Dou o tempo que precisar, para se concretizar, ou então, para ficar apenas na janela do celular. É, vida real, não mudarei o canal, seguirei até o fim. Acho que isso começa, mais ou menos, a explicar que ligação é essa.


Um sorriso, um olhar.
Até quando? até que ponto?
Uma imagem paralizada, no celular.





(Júnior Vilas Bôas)


1 de dezembro de 2011

Lo que se ver por la ventana.



O Cavaleiro sem espada, segue seu caminho de luta, de batalhas que não cessam, e prolongam-se cada vez mais. Há muito ele buscava, só agora encontrou, alguém com quem possa dividir o peso das pedras que rolam montanha acima. Não, não é Sísifo, quase isso. Poderíamos chamá-lo de... é...
Tá aí, como seria o nome do seu fiel escudeiro? É, eu sei, você pensou em Sancho Pança! Mas esse já existe, pertence a outro cavaleiro, outra história.

O grande cavaleiro conseguiu a ajuda daquele que se tornara seu fiel escudeiro, depois de ajudá-lo com algumas situações, onde apenas poucos estavam dispostos a encarar. Agora, não que esteja fazendo apenas para retribuir, pelo contrário, criaram um forte laço, acorrentaram-se em seus dilemas e fados. Juntos caminham, enfrentando dragões em forma de moinhos, ou seria o contrário? Moinhos em forma de dragões? Opa! Calma aí, essa também é uma outra história, não te cabe. Dessa maneira, pode até acabar ofendendo o Cavaleiro sem espadas, que deseja ter sua própria estória, seus próprios medos, anseios, conquistar seus objetivos e festejar apenas suas glórias.

Sua luta ainda continua adiada, sem previsões. O Cavaleiro não possui a arma branca para o combate, faz-se apenas de armadilhas, mas sem truques, nada de vantagens que sejam deletérias aos demais. Apenas percorre caminhos por entre pequenos espaços, como água, vencendo as barreiras das pedras.

Seu oponente continua seguro atrás de sua fortaleza quase que intransponível. Negando fatos, escondendo verdades. Porém, o Cavaleiro é sagaz, e pode até ser que ele não possua uma arma que caracterize o início do combate em si, entretanto, existem outras cartas na manga que fazem com que ele se aproxime cada vez mais, não do seu final feliz, mas do início de uma vida real.




(Júnior Vilas Bôas)

26 de novembro de 2011

Entre dois extremos



É não tentar decifrar o amanhã,
rolando junto com os dados,
nas mãos dos Deuses, refém, um afã.
Num perfeito caos, no olho do furacão.

A cada passo, cada ato, uma dúvida.
Em não tentar, sorrir, aceitar...
insatisfeito, como um rei sem súditos;
A mente um abrigo, como uma jaula a enlaçar.

Oníricas representações, como pensado por 
muitos, num mundo melhor: Donde Están?
Em teu umbigo o centro do universo,
atraído como um imã, em órbita.

Na maior parte do tempo, aparte;
uma parte, duas metades.
Sem querer, sem pensar, quero
na parte, da outra metade,
tu inteira, um artifício, minha arte.




(Júnior Vilas Bôas)

15 de novembro de 2011

Do it now, Brother!



Barbaridades são ditas e vistas em nosso país. As notícias saem aos montes, junto, uma grande empresa anunciando seu produto, empurrando goela abaixo da população. Não se tem dúvidas que as notícias sejam reféns dos interesses das mesmas, bajulando, contornando, vendendo seu ponto de vista.

Fomos castrados, proibidos de pensar, questionar, contrariar. Sequelas da Ditadura Militar, da retirada dos cursos de Filosofia das escolas públicas, evitando formar mentes pensantes, com dúvidas e incertezas, capazes de abalar os muros da supremacia. O Cálice (cale-se!) ainda grita muito mais alto que nossa súplica. Nossas necessidades foram esquecidas, muros levantados, sonhos interrompidos.


"...mas a dúvida é o preço da pureza..."


Nossos movimentos virtuais, incapazes e inofensivos, ganham força, mas não voz. Ganham números, mas não espaço. Colore a tela, mas não pinta a cara. Desaprendemos, ou sei lá, deixaram de ensinar. "Ser jovem e não ser revolucionário, é uma contradição genética", disse Che Guevara. Movimentos new wave, cyber (alguma coisa), não são suficientes, precisam urgentemente sair às ruas. Expandir-se, não só em espaço, mas em massa. Se o Universo não o faz, faremos nós! Basta saber se a revolução é um atavismo, podendo ser esquecida, porém reaparecer, ressurgir.

Tentam implantar meios repressores num ambiente que fervilha o oposto, a Universidade. Exemplo disso, temos os estudantes da USP, junto com os Mestre e Doutores, os senhores do pensar. Lutando bravamente, mantendo-se firmes com suas posições, tendo a certeza que tudo naquele ambiente foi conquistado assim.

Que os mais recentes, tomem como exemplo. E por mais que sejam convidados a se retirarem, não desistam, a Universidade é Nossa!. Nós a fazemos, nós somos os tijolos da parede. Foi uma pequena contribuição, algo pouco notável, irão dizer, mas foi preciso, foi necessário. A adesão estudantil foi capaz de transformar situações, de mudar roteiros.


"...‎emancipate yourselves from mental slavery..."






Não permita ser dominado, engaje-se! Participe, para mudar. 


Não apenas passe, olhe em volta. Descubra, mude! 


Assuma às rédeas do destino. Não escute apenas um lado, escute os dois, 


certamente você será o terceiro.






Há muito mais do todo em cada um de nós!

28 de outubro de 2011

Sina(is)



"jamais perca seu equilíbrio,
 por mais forte que seja o 
 vento da tempestade.
 Busque no interior o abrigo."


O termo símbolo, designando um tipo de signo, onde a partir de uma realidade concreta, é possível se representar algo abstrato, como religiões, tempo ou matéria. Ou seja, se é "símbolo" estará sempre representando alguma coisa, a alguém.

É muito bem aplicado na comunicação, e em outras áreas do meio, por onde o homem possa permear, e se relacionar. Sejam eles reconhecidos internacionalmente, outros nem tanto, apenas um grupo fechado consiga compreendê-la. Esse poder faz um pouco da magia na pura simbologia.

Alguns inquietos, não conformados apenas com a linguística em si, querendo ir além da estrutura e do processo da linguagem, pensaram eles, em algo que englobasse o todo, relacionando a própria linguagem com outros meios de comunicação, sejam eles, através de símbolos. Surge assim um novo ramo, a semiose. Por definição: "qualquer ação ou influência para sentido comunicante pelo estabelecimento de relações entre signos que podem ser interpretados por qualquer audiência."

Um breve relato histórico, para salientar uma dor que teima em permanecer. Mora aqui, às vezes ao lado, como um vizinho inquieto, chato. Que incomoda até quando está distante.

O que podiam imaginar os Hindus, quando que ao olhar o quarto dedo, ao coração seriam levados por uma veia? Não imaginam como falou por si só, isso nos dias de hoje, algo iniciado há tanto tempo. Na mais pura das simbologias, porém, na mais confusa, uma dúvida chega, dilacerando toda uma razão, que luta para se manter de pé, e não se dá por vencida. La emoción, dramatiza como numa novela mexicana.

Naquele instante, gostaria de um símbolo, me cairia bem o anel de Gyges, descrito por Platão. Reza a lenda que o pastor Gyges encontra um anel ao descer por uma fenda aberta na terra. Com ele, obtém o poder de se tornar invisível. Entretanto, usa-o para adquirir poder através de meios um tanto quanto duvidosos, para não dizer ilícitos. Algum homem resistiria à tentação, em saber que suas atitudes não seriam testemunhadas?

Com que propósito, o Cavaleiro sem Espada, se apossaria desse signo? O que tentar? Como usá-lo? Não parar de usar? Sua razão e emoção, expostas como feridas abertas, conflitando numa arena tomada por leões mais uma vez.





(Júnior Vilas Bôas)

27 de outubro de 2011

Dica de Livro: A Elite da Tropa



'MÁQUINAS DE GUERRA. Eles foram treinados para ser a melhor tropa urbana do mundo, um grupo pequeno e fechado de policiais atuando com força máxima e devastadora."

Um livro diferente de tudo que já foi visto, contando a histórias de pessoas reais, vivendo a realidade de um país cheio de feridas abertas, sangrando e pedindo socorro. Para os amantes da leitura, deixo aqui minha recomendação: A Elite da Tropa. E aí, vai encarar, ou vai pedir pra sair?

22 de outubro de 2011

Do it yourself




Alguns dias fora de órbita até que não foram tão preocupantes, já que poucas informações (ou quase nenhuma), vieram da "central". Essa condição abre espaços, e também, novas alternativas, para situações prazerosas, mesmo sem ter a certeza de que serão efêmeras, ou não.

Com isso, fica a certeza de que a Terra se tornaria um ambiente inóspito, sem a presença do sol para aquecer-lhe. Esfriaria totalmente, congelando as engrenagens que impulsionam a força motora da máquina. Sem transmitir movimento de uma para a outra, não há vida! Fica difícil mantê-lo.


"contra, contra;
contra a tradição,
contradição."


Seria algo como uma "esquerda light", "jagunços hightech", quase um "dejavú nunca visto". Torna-se assim, paradoxal, bem contraditório, como diz a música: 

"o supra-sumo da contradição."

Num pequeno espaço de tempo, coisa de uma postagem para outra, dentro do mesmo mês ainda, as coisas se apresentam dessa maneira. Vive-se muitas experiências, vários sentimentos quase que ao mesmo tempo. Acaba te levando para uma espécie de paralelismo, outro mundo. Nele você respira melhor, como se não apertassem seus pulmões, sem a terrível sensação de estar se afogando em um aquário.

Mais leve, sorrindo mais, assim segue indefinido, porém existe aquele plano B, aquela saída emergencial. Outro paradoxo, quando afirma-se que só existe um caminho a ser trilhado por vez. Não me divido, nem teletransporto, sendo assim, sigo meu caminho, às vezes sozinho, outras não. Sem meios termos, quero todas as luzes, todos os sons, ou nenhum deles.


"um pedaço do paraíso
 uma estação do inferno
 uma soma muito maior do
 que as partes"








( Júnior Vilas Bôas)

13 de outubro de 2011

Entre tantas outras, ainda bem.




Muito se imagina, especula-se, mas pouco se sabe. Um novo turbilhão foi em mim, arremessado, idêntico ao de pégaso, grande lembrança, já que estamos na semana da criança, aí a minha homenagem. Nada de imagens, já me escondo de mais. Um aviso crianças: na infância só é preciso saber dividir o tempo, nada mais. Depois piora, isso é certo!

A velocidade de informação tomou conta de todos, de tudo. Até nas relações interpessoais, deseja-se saber de tudo, o tempo todo, com uma maior velocidade, mesmo sabendo que isso não nos fará bem. É mais um claro exemplo do irracional se juntando ao racional, do nosso caro amigo Freud Flinstone: o beijo na lona do ídolo! Algo do tipo. Não se tem mais paciência suficiente para deixar o vento soprar a vela, impulsionando o pequeno "grande" barco, mar adentro. A situação das águas? Não importa, ainda é cedo. Não deixaremos a velocidade de informação estragar isso também, não é?

Quando se procura mais, descobre-se muito, até o que não deve, ou não quer, que seja. Sabe-se que é uma característica da sociedade atual, a frieza das relações. É de causar espanto aos mais próximos, por menos claro que seja, a exposição causa espanto. Uma cópia, um ponto em comum, mais um. Volto a dizer, confundir é mais elegante! Parece que faz escola, ou então, existem dois professores.

Voltando a velocidade de informação, é comum às sextas, aquele resumo bem sintetizado da semana. Os principais acontecimentos, aquelas crônicas. Ou algo do tipo: O mundo em 1 minuto. Como? Pois é, uma frase, um trecho, um simples dizer, balança o mundo sem ao menos perceber. A frase estaria com certeza entre "o que falaram os famosos durante a semana", essas coisas. No Twitter (tem algum outro exemplo melhor para a velocidade de informação que essa?), estaria encabeçando os TT's Mundiais. Poxa, foi mesmo polêmico. [Risos/ para não chorar]


"...se ajoelhou como servo pela primeira vez, dizendo já sofrer demais..."


No século dos modelos, dos padrões pré-determinados, remete-se a um passado, às cópias do bem. Quer ser igual? Copia a dor do outro. Leva junto o sofrimento alheio, às vezes com isso, o diminui, ou melhor divide. Ao menos estaria fazendo algo de bom, compartilhando. Ajuda Sísifo a subir as pedras montanha acima.





(Júnior Vilas Bôas)

2 de outubro de 2011

Dias do inimaginável tornar-se real.



Hoje amanheceu para muitos da mesma forma, para outros, um pouco diferente. A impressão é de que hoje seja um daqueles dias de tensão, emoções à flor da pele. Dias estes, onde nem a própria metafísica seja capaz de explicar. Até porque, não seja algo com muito explicação ou lógica, dias assim, transcendem a sabedoria humana.

Dias assim, onde a cortina se abre sozinha e permite a entrada do sol, trazendo esperança como se trouxesse algum recado, soprado ao pé do ouvido pela brisa calma, como se falasse baixinho. É o nutriente essencial para o desenvolvimento da semente. Um combustível a mais quando se pensa que as engrenagens não terão mais força para continuar o pulsar da vida, e transmitir a energia necessária de uma para outra.

Estar intrinsecamente ligado à nossa condição, é real, é provado, degustado. Acreditamos sim, mais que os outros. E isso nos diferencia. É questão de noética, genética, cultural, que seja, não sei bem o que é. Porém, ainda assim, funciona. Sempre funcionou, então, por que desistir?

Hoje vai ser assim, tá na cara, tá no sol, no vento, no colorido da rua, uma plena conexão, algo além de dogmas e religião. Sem credos, sem armas, sem medos, apenas uma mente e um coração desarmado, pronto para tudo, pronto para nada. Mesmo sabendo que dias assim, o nada nunca é convidado, mesmo quando vem sem tradução. Dias como este, sempre, traz algo, muda apenas a intensidade.

Que esse seja o dia da mudança, que se consiga dar uma arrancada em busca do desejável. Sem falar muito, sem muitos sorrisos forçados, apenas sentir, conectar-se.


(Júnior Vilas Bôas)

20 de setembro de 2011



Aqueles que se encontram nesta situação, apenas torcem para que um coração seja tocado, e com isso, faça com que sintam um remorso eloquente, capaz de enrubescê-los. E assim, mostrar-lhes o quanto atitudes como esta machucam. Em contraponto, perceberem que nem tudo pode ser feito. Notam quem nem sempre estaremos ali, prontos para experimentar tais situações. Enquanto semeiam um sentimento corre-se o risco, porém, não é bom estar sempre disponível, deve haver o medo de magoar, o medo do desprezo, da perda. Ou seja, não parecer acessível, vulnerável sempre.

Óh, pobre coitado! assim segue o cavaleiro sem espada, sem perspectiva, juntando esperanças desejos pelo caminho, deixando amigos e família aflitos na pequena vila onde nasceu. Promete voltar, com seu maior tesouro em mãos. Segue enfrentando seus medos, desafiando o perigo num mundo cruel, que não tolera erros. É preciso coragem, e ele sabe disso, por isso, se apega a que lhe resta.

Seu oponente continua atrás de uma fortaleza, por enquanto, aparentando ser intransponível. Não há aproximação, não há sequer estratégia de luta, e devido a isso, batalhas vão sendo perdidas. Na última, ferindo sua honra, seu caráter, magoando-o profundamente. Mas o cavaleiro é sagaz, saberá usar a força do oponente contra o mesmo, assim como numa luta de judô. Até porque, o golpe revelou algo...
...um certo desconhecimento em relação ao grande Cavaleiro!


(Júnior Vilas Bôas)

13 de setembro de 2011

A conquista do espelho - pt.1



"Um pequeno passo para o homem, um grande passo para a humanidade."

Ahá, até parece! Entretanto, agora, deixa-me mais calmo, tendo a certeza de que mal algum tenho feito aos outros. Tento acreditar que dessa maneira me aproximo ainda mais do que eu realmente quero, apesar de saber que os motivos caminhem independentes um do outro.

Há cura para rancores reprimidos, dos que te prende a pessoas e situações, que há muito não a satisfazem? Alguns sentimentos te aprisionam, é o fator limitante, não permitindo o desenvolvimento em vários sentidos. Como abrir estes olhos, olhos que veem mas não enxergam?

A cada dia que passa, cenas são produzidas, situações traçadas, roteiros escolhidos. Apenas esperando o elenco entrar em cena, deixar o camarim com o figurino impecável, e o texto na ponta da língua. Caso esse não esteja, não há problema, improvisa-se.



Setembro
Se tem, não me lembro.
Se quero, busco,
o silêncio quebro
sete vezes, grito.

Setembro
quando lembro, 
Já não existe saída.
Se tem, é tu, 
triste mês de Setembro.





(Júnior Vilas Bôas)

31 de agosto de 2011

É tarde, já saltei, apanha-me!



Àquela distância, tudo ficou fora de órbita, o tempo pareceu ter parado. Tudo estava suspenso, nada se movia, as pessoas ao redor sumiram, pediram licença para deixá-los à sós. Seria injustiça dividir aquele momento com os outros, nada de espectadores, apenas os protagonistas da cena, os "suspeitos de um crime perfeito".

Para que servem tantos sentidos? Já que nem sempre eles fazem tanto sentido. Lógico, não venho aqui afirmar que não necessitamos de todos. Porém, seriam muito bom controlá-los. Quem sabe, chegar a usá-los um de cada vez, assim, separadamente, controlando a cena e experimentando um de cada vez. Primeiro a visão, enxergar cada detalhe, ver além dos olhos. Uma pausa, retroceder a cena, pronto. Sai a visão, entra o olfato. Sentir todos os perfumes que a envolve, e escolher para cada sensação o seu devido cheiro. A audição deveria ser interna, ouvir o pulsar da vida, batendo forte dentro do peito, a adrenalina, pobre menina,  a correr pela veia. A comunicação entre os sistemas nervosos, seria feita aos gritos, como uma ordem dada pelo técnico à beira do gramado. Quanto aos outros sentidos, não me atrevo, palavras me faltam, o contato, volto-me ao início do texto: "àquela distância".

Ínfima distância, a depender da ótica, há de ser um abismo, ou talvez, um "muro de Berlim", há de ser logo ali, pode ser que necessite ultrapassar um labirinto, com idas e vindas.




Hoje não tinha nuvens negras, era mais uma vez um dia ensolarado. A conversa fluía, diferente de dias atrás, quando nem cinco palavras foram trocadas, apenas alguns olhares. Dessa vez, os espectadores não pediram licença, entraram em cena e fizeram parte do filme.

Muito se pensa, buscam-se fórmulas prontas, mas ainda assim, tenho quase certeza do momento conturbado que será. Imagina-se aquela cena de novela das 20 hrs, é meu caro, será uma cena de filme dramático. E que mal tem nisso? Nenhum! Só não será baseado em fatos reais, claro!, não existem fórmulas prontas. Entretanto, retrata a vida real.

Será a força que impulsiona o Universo, mantendo-o em expansão, ao ponto de um reverso Big Bang, tornando tudo calmo, sereno. Fechando o ciclo, nos limites do Ouroboros, iniciado a cada dia, e explodindo todas as noites, quiçá, por muito tempo.


(Júnior Vilas Bôas)


25 de agosto de 2011

"...os artifícios da arte são tantos..."

.


Insatisfeito com o presente momento, sem previsão de melhoras, e notícias que o agradam, assim segue o Cavaleiro sem espada. Lutando contra seu oponente com os artifícios que lhe são apresentados, por mais inofensivos que pareçam ser.

Sabendo de sua incapacidade perante o fato, não podendo combater a situação que o machuca profundamente, o Cavaleiro não se abate, segue esperançoso. Mas como pode, num momento como esse, se entregar à emoção? Tornar-se refém do fado, e apegar-se simplesmente, a fé?

Ao menos, se o oponente estivesse no pelotão da frente, e não se escondendo atrás de um batalhão. Batalhão esse que não permite um ataque contundente, impensado, à flor da pele. A peleja continua na estratégia, na solidão de um quartel, mergulhado em pensamentos, sofrendo com a dor do querer.

Não obstante toda essa dificuldade, ainda encontra artifícios na arte para relatar o desejo. Mentes na arte, porém, na vida real, torna-se cada vez mais difícil calar o desejo que anseia em gritar aos ventos. O Cavaleiro caminha de lado, garboso, mas não por vontade, não por acreditar que a dor o torne mais elegante, ele apenas não escolheu essa situação. Foi acometido por tal!

Esperança: quem abriu e a deixou sair da caixa de Pandora? Quem o fez, não sabe do perigo que pôs no mundo. Muitos a ela se apegam, encontrando razão em situações desfavoráveis, beirando o inexplicável, ainda assim, buscando respostas que tardam em aparecer.


Em inícios de parágrafos, podem dizer mais que apenas frases juntas!


(Júnior Vilas Bôas)

16 de agosto de 2011

Na iminência do desejo.

"Humana sina - Quem pensa mais profundamente sabe que está sempre errado, não importa como proceda e julgue."

(Humano, Demasiado humano.)
 - Friedrich Nietzsche -




As alternativas de fuga vão diminuindo cada vez mais, como se todos os portões fossem sendo trancados um a um. Há muito tempo visível, acredito eu, só quem não quis que não enxergou. Mas só agora, o grande Cavaleiro sem espada (lembram dele?), encontrou mais um artifício para pelejar contra a vontade que se torna imensurável.

E quando todos afirmam que não se pode esperar tanto, que é preciso lutar pelo que se quer, algo ainda o diz que o mais correto é esperar, mesmo sabendo que o tempo sem grandes tempestades, insistindo nas brisas e 'minuanos', maltrate a alma, não o permitindo sonhar.

Será que encontraria explicação na física? Em meio às fórmulas de "Potência" e de "Força", absorto em pensamentos, uma cena, um sorriso, uma vontade, um beijo...

...uma dor na consciência.


Uma cena típica de final de Grande Guerra, com direito a lágrimas no final, em silêncio, cabeça baixa, coração na mão, assim como em um bolero, dizia Gessinger, assim como sua Ana. Porém, não se sabe o final desta cena, pensamento interrompido, assim como fazem os juízes esportivos, jogando-se à frente da bola segurando-a encerrando a partida. Opa! Apenas fim do primeiro tempo.


(Júnior Vilas Bôas)

2 de agosto de 2011

"Sin Cera"



Há um sentimento de culpa pairando no ar. É como se ferisse o código de honra entre os homens. Mas não adianta negar, a vontade de abrir o bico é muito grande. Entretanto, não se tem a certeza de que causará efeito, pois, pode não ser nenhuma novidade.

Seria um constrangimento enorme passar por isso. Ser obrigado a fazer, justamente, algo que não te agrada, apenas por ser refém do fado. É, mas, "nada de meias palavras, de duplo sentido", prefiro deixar como estar. Esse não é meu dever, nem chega a ser uma necessidade. Não valeria a pena ser desta forma.

Se Newton adivinhasse no que levaria essa tal de "inércia", teria guardado para si seu conceito. Não se tem como esperar tanto, contentando-se com tão pouco, correndo por ruas e vielas, sem jamais se encontrar. Óh, Roma cruel, quantos filhos teus já maltratastes? No anagrama de teu nome, invade, domina, subjuga, conquista e expande.

Então, pergunta-se: Até quando? Chega a contrariar o grande filósofo holandês Spinoza, por pensar que é apenas mais um "fantoche". Com certeza a culpa não é Dele, não entraremos no mérito, há razão demais por aqui para simplesmente conferirmos tais poderes.

Sua volta é sempre com energia renovada, sempre foi. Quer dizer, houve apenas uma vez. Que logo foi contornada. Vamos esperar a próxima, nunca é demais! Apenas torcendo, claro! Sem se envolver, observando por cima do muro, esperando uma certa explosão, que espalhe a matéria que impulsiona o nascimento da luz.


(Júnior Vilas Bôas)

26 de julho de 2011

"Cabeça pra usar boné, e professar a fé..."


Como manter viva, quem insiste em perder a própria vida? É praticamente impossível lutar com armas externas, quando o inimigo age internamente.
A velocidade de informação, o consumismo exagerado, o capitalismo responsável pela busca incansável de novos modelos, tudo isso é responsável pelo "beijo na lona" do próprio ídolo.

Por isso digo em alto e bom som: Freud Flinstone é cada vez mais real! Esse personagem Gessingeriano, que une o ser racional, representado pela cabeça de Sigmund Freud, e o irracional, representado pelo corpo de um homem das cavernas, referindo-se ao desenho animado Os Flinstones. Pensa-se muito, porém nossas atitudes continuam selvagens.

O sistema capitalista se torna responsável pela maneira como as pessoas que o sustentam agem. Nunca estamos satisfeitos, sempre buscamos mais, queremos o mais novo, o Top de linha, queremos 'status', exclusividade. Numa busca incessante pelo perfeito. Por isso temos o surgimento dos ídolos instantâneos, o famoso "15 minutos de fama". Em até menos que 15 minutos, um "ídolo" pode ser consumido pela mídia, e pelos fãs.

Dele, tudo querem saber. Posição política, sexualidade, religião, se é santinho, ou está mais para o estilo: sexo, drogas e rock'n roll. Depois de dessecado, revirado ao avesso, simplesmente ele é descartado, já que outro se encontra perfeitamente pronto para ocupar o seu lugar.
A substituição das figuras 'midiáticas' acontece numa velocidade absurda. Uma efemeridade cruel com quem estar envolvido em tal estilo de vida.

"...Querem lutar pelo que amam
    conquistar e destruir
    o que amavam tanto
    Faça uma prece pra Freud Flinstone
    Acenda uma vela pra Freud Flinstone
    Sacrifique o bom senso no seu altar..."

Temos os ídolos exaltados, colocados em altares, logo em seguida, consumidos, derrubamo-os de lá. Não permanecem nos altares da mídia.

"...Esqueça a prece pra Freud Flinstone
    Acenda a fogueira pra Freud Flinstone
    Vamos queimá-lo vivo, enterrá-lo vivo..."

O que há de errado com o comum? O simples? O palpável? Lembro-me de algo, há tempos deixado de lado: se perfeito era, por que não paraste o tempo?
Gessinger, inteligentemente, finaliza a música com o trecho: "Que o satélite lhe seja leve."
E afirma que usou satélite, porque hoje é o que nos julga...diz ainda que temos uma existência virtual. Sendo assim, uma sacada mais que relevante!


(Júnior Vilas Bôas)

21 de julho de 2011

Heinrich von Ofterdingen - Novalis




E se você dormisse? E se você sonhasse? E se, em seu sonho, você 
fosse ao Paraíso e lá colhesse uma flor bela e estranha? E se, ao despertar,
você tivesse a flor entre as mãos? Ah, e então?



(O Mundo de Sofia)

12 de julho de 2011

É um futuro de futuro!

HISTÓRICO

O curso de Engenharia Agrícola e Ambiental. Esse curso teve início em outubro de 2004, na Fundação Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), com a perspectiva de mudança no paradigma da agropecuária regional.
Considerando a agricultura como a maior potencialidade de desenvolvimento da região, foi implantado o curso de Engenharia Agrícola e Ambiental com a perspectiva de mudança no paradigma da agropecuária regional, visto que a mesma vem sendo praticada sem levar em consideração a sustentabilidade ambiental.
O curso contempla uma gama de disciplinas que abrangem os mais diversos temas ligados ao agronegócio. Assim, acredita-se que sua criação possa implementar novas tecnologias nos diversos segmentos da atividade agropecuária, permitindo a otimização dos recursos utilizados nos sistemas produtivos. Nesse sentido, será possível preservar os recursos naturais ainda disponíveis de forma a propiciar o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população regional.

OBJETIVOS DO CURSO

O objetivo geral da criação do curso de Engenharia Agrícola e Ambiental é o de formar profissionais especializados, aptos a atuar de forma integrada nas áreas da Engenharia Agrícola e Ambiental em todo país, e mais especificamente no semi-árido nordestino Como objetivos específicos, o curso deve atender aos seguintes requisitos:
Ÿ Promover competências e habilidades dentro da base tecnológica da Engenharia
Agrícola e Ambiental, consubstanciadas.
Ÿ Concentrar suas atividades dentro do modelo preconizado pela legislação atua e em consonância com as necessidades da sociedade;
Ÿ Atender ao perfil geral e específico esperado para o profissional formado pela UNIVASF; e
Ÿ Estar em constante atualização face às mudanças tecnológicas nos âmbitos regional, nacional e mundial.

ÁREA DE ATUAÇÃO

O mercado de trabalho do Engenheiro Agrícola e Ambiental é diversificado, podendo o profissional atuar como autônomo, empresário, assalariado ou membro de equipe multidisciplinar no âmbito das áreas de recursos ambientais, construções rurais e ambiência, armazenamento e processamento de produtos agrícolas, irrigação e drenagem, energia na agricultura e mecanização agrícola, exercendo atividades de:
• Direção, supervisão e coordenação.
• Estudo, planejamento e projeto.
• Assistência, assessoria e consultoria.
• Execução de projeto e serviço técnico.
• Representação, desenvolvimento e venda de equipamentos.
• Vistoria, perícia, avaliação, laudo e parecer técnico.
• Desempenho de cargo e função técnica.
• Ensino, pesquisa e extensão.




2 de julho de 2011

E tudo parece estar, no seu lugar...

Tá tudo tão calmo, sereno. Não existe mais o confronto por atenção, parece até que tudo foi conquistado. O que seria o tudo para uns? Essa pergunta é bem relativa, cada um sabe o que precisa, o que busca. O Tudo é o essencial, é a soma de todas as coisas. O Tudo parece complexo, mas também pode ser simples, desde que o que se busque também o seja.

Há quem queira mudar, é perceptível, porém o comodismo de alguns torna-se a grande barreira, para os outros. Não se fazem claros nas suas afirmações, parece que todos estão aprendendo, ou são características inatas que se assemelham? Uma coisa é certa, a afirmação foi bem-vinda. Corre pra cá, muda!

Não te pareces tão empolgada, será que na sua visão do "Tudo", isto passou a ser apenas uma parte do todo?

14 de junho de 2011

O Mundo é uma rede!


Alguns estudos foram realizados, até que fosse criada a teoria dos seis graus de separação, que diz que no mundo, são necessárias no máximo seis laços de amizade para duas pessoas estarem ligadas. Esse estudo foi realizado nos EUA, onde buscou-se por meio de envio de cartas, identificar o número de laços de amizade entre duas pessoas quaisquer. A partir do momento que uma pessoa recebia uma carta, deveria mandar outra, caso a conhecesse, se não, para outra que tivesse grande chance de conhecê-la. Essa teoria já gerou filmes, seriados, jogos, e agora, passeia por várias redes sociais. A principal delas, o Orkut, onde seu engenheiro de software é responsável por estabelecer uma relação intermediária entre os usuários.

"Você já se sentou do lado de alguém em um bar e sentiu que seus caminhos já tinha se cruzado antes? Tem sempre o pensamento na sua mente de que o estranho ao seu lado na loja pode se tornar parte sgnificante de sua vida? ...aparentemente pessoas aleatórias. Você conhece algumas delas? Algumas delas conhecem você? Algumas delas conhecem alguém que você conheça? O estranho é que a resposta para qualquer dessas perguntas é sim... Por todo o mundo, conexões estão constantemente sendo feitos. O que leva a pergunta; as chances de se encontrarem são obras do acaso ou dizem respeito a fatos?"



Existem sensações que nos embaraçam, justamente quando nos deparamos com pessoas que, por mais que estejamos certos de que nunca as vimos, algo dentro de nós diz o contrário. Tenta nos mostrar, buscando lá no mundo das ideias, o ponto de partida, a cena marcante, que provará essa ligação. Enquanto isso não acontece, rola aquele frio na barriga para tentar explicar a inconveniência.

Outra sensação que chama-me atenção, é como deve ser para um doador de sêmen, por coincidência, cruzar com a criança gerada a partir de seu material genético. Será que algo transcenderia nessa espécie de encontro, capaz de pelo menos, deixar uma pulga atrás da orelha do doador? Parece assustador, mas acredito que os corpos responderiam.

(Júnior Vilas Bôas)




Fonte:


5 de junho de 2011

Muito além da máscara.



Muito se imagina, pouco se diz. E assim continua a saga do cavaleiro sem espada, apenas com seu escudo, para se proteger de certos males. Como empunhar sua espada e pensar num ataque, se o oponente nunca se apresenta? Quais armas ele usa? Qual sua estratégia favorita? Não chegam a ser perguntas que movam o mundo, porém, tornam o meu um pouco confuso o suficiente para estar aqui.

Alguns acontecimentos recentes irão balançar os alicerces do bando, mudando alguns conceitos, mexendo com algumas situações. Engana-se muito mais fácil do que se imagina, quando a máscara troca de lugar com o rosto, onde tudo fica ainda mais exposto. É aí, que as pessoas percebem que a razão é facilmente enganada pela emoção, a qual, traiçoeira do jeito que é, não nos permite enxergar o óbvio. É uma espécie de magia que toma conta da nossa razão, invadindo o nosso mundo das ideias, e com um ar imperialista, subjuga-nos.

Enquanto isso, o cavaleiro continua sua saga, totalmente desarmado, passando por inúmeras provações. Na cabeça dele passa a ideia de que um dia será recompensado. Não poderia pensar o contrário, otimista do jeito que é. Trairia a si mesmo! Ainda que seja "por amor às causas perdidas", ele continuará sua jornada.

Chega a ser meio que paradoxal, reclamar por não possuir uma espada para atacar, já que a espada é uma arma de curto alcance, para combates um contra um. Corpo-a-corpo com o oponente, lendo seus pensamentos, prevendo seus ataques, estudando sua estratégia. Faz-se desnecessária no momento arma branca.

Entretanto, a conselhos do mestre, o cavaleiro diz: "...Eu não, Eu não vou desesperar, Eu não vou renunciar, Fugir...
...Ninguém, ninguém vai me acorrentar, enquanto eu puder cantar, enquanto eu puder sorrir..."



(Júnior Vilas Bôas)

27 de maio de 2011

O que eu adoro em ti
Não é a tua beleza
A beleza é em nós que existe
A beleza é um conceito
E a beleza é triste
Não é triste em si
Mas pelo que há nela
De fragilidade e incerteza

O que eu adoro em ti
Não é a tua inteligência
Não é o teu espírito sutil
Tão ágil e tão luminoso
Ave solta no céu matinal da montanha
Nem é a tua ciência
Do coração dos homens e das coisas.

O que eu adoro em ti
Não é a tua graça musical
Sucessiva e renovada a cada momento
Graça aérea como teu próprio momento
Graça que perturba e que satisfaz

O que eu adoro em ti
Não é a mãe que já perdi
E nem meu pai

O que eu adoro em tua natureza
Não é o profundo instinto matinal
Em teu flanco aberto como uma ferida
Nem a tua pureza. Nem a tua impureza.

O que adoro em ti lastima-me e consola-me:
O que eu adoro em ti é a vida!
Manuel Bandeira



Fonte: http://pensador.uol.com.br/poemas_de_manoel_bandeira/

22 de maio de 2011

Entre dor, sem pudor, ser a dor.



Ser refém do fado, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente, torna-nos muito fracos. Incapazes de reagirmos diante das adversidades que nos são apresentadas, sem aviso prévio. Força-nos a aguentar uma situação de desespero no maior dos nossos sonhos, no melhor do sono, onde, quando se estar acordado, tudo desmorona, desmancha no ar.

Não se tem motivo para lamentar, a situação já se apresentava constante desde o princípio, e durante esse tempo foi que evoluiu. Foi durante o tormento que, inerente a ele, tivemos sua transformação. Então, já que é assim, deixa-me mais calmo em saber que não cometi erros em momento algum. Esperar ainda continua sendo a melhor alternativa.

Entretanto, a bola de neve já cresceu tanto que é como se os dois fossem um só. Fazendo parte de cada, em um todo, de todos os pedacinhos. Mas ainda não plantamos, como "colher a flôr?" Como virar raiz nesse chão? A semente continua em meio impróprio, labutando num solo que não chega a ser infértil, pelo contrário, apenas usando de um agente de "mascaramento", escondendo desejos, vontades e realidades.

A estrada ainda é inimiga na maioria das vezes, dando um choque de realidade, em quem deseja sonhar, e faz do "mundo das ideias" a melhor companhia, quando, no "mundo dos sentidos", nada flui.



(Júnior Vilas Bôas)

15 de maio de 2011

À beira da caverna.



O que tem para ser escrito? O que tem para ser falado? Apenas aceitar calado a condição presente, que maltrata abertamente, sem pedir licença ou dizer ao menos um bom dia!, chega a todo momento, seja ele esperado ou não. Já não se pode esperar uma antecipação, fica cada vez mais imprevisível.

Pode já estar acontecendo no tão falado por Platão: Mundo das ideias. Essa concepção filosófica de Dualismo, que se baseia na presença de dois princípios, ou duas substâncias ou duas realidades opostas e inconciliáveis, apenas às vezes, não muito, mas nesses momentos sim, ganham muito valor e relevância.

A comparação ganha bastante força tomando-se como base esse dualismo, onde sabe-se da existência do "mundo das ideias" e do "mundo dos sentidos". Para Platão, tudo que se pode tocar e sentir na natureza "flui". Portanto, tudo presente nesse mundo está sujeito à corrosão devido ao tempo. Lembra-me algo, "tudo que é sólido desmancha no ar." A partir dessa afirmação, mantêm-se acesas algumas chamas, de fato que no mundo dos sentidos não temos tanta certeza, já que somos passíveis de erro. Entretanto, no mundo das ideias, a ideia principal já está formada em algum lugar, esperando apenas o momento propício para atingir à superfície, definindo a forma que irá seguir.

Neste mundo, não que tudo seja possível - também deve haver suas limitações - mas, sabe-se que, para alcançá-lo e conhecê-lo, não se pode fazer através dos sentidos. E já que primeiro vem a ideia para depois as formas do mundo dos sentidos, nota-se que existem alguns medos, mas em grande parte, na grande maioria, tudo está no caminho certo.


(Júnior Vilas Bôas)








Fonte: O Mundo de Sofia
http://www.inf.ufsc.br/poo/conceitos/platao.html

5 de maio de 2011

Status quo



Só em imaginar uma situação ainda mais adversa já causa uma apreensão. O que também é engraçado, pois a situação já não é favorável, porém, acredito que por já ter sido apresentada a mim desta maneira, o receio seja menor.

O que foi pensado naquele momento? Será que conseguir me sintonizar, a ponto de vibrarmos na mesma frequência? Ali, enquanto se resolvia. Acredito que por menor que tenha sido, passei por entre aqueles pensamentos.

O jogo psicológico já provou que é importantíssimo nesses casos. É um aliado muito forte, apresentando-se na hora certa, quando sua defesa está vulnerável. Entretando, é notório também, que ele não pode durar para sempre, nem ser usado com frequência, senão vira uma fantasia, uma utopia quase.

Mitos já foram criados para tentar explicar os fenômenos naturais. Chegaria a ponto desse feito, se a situação permanecer irrealizável.

"Se tu quizer, eu invento o vento pra ventar o amor,
uma chuva bem chovida, pra chover pé de fulô;
Pra tu ficar cheirosa e vir dançar mais eu.

Se tu quizer, poemo um poema bem cheio de rima,
acendo a estrela mais bonita lá de cima,
faço tudo que puder pra tu ficar mais eu..."


Júnior Vilas Bôas

2 de maio de 2011

Uma foto 3x4





Acaba que desenha o caminho inverso, da maturidade à adolescência. Ao tempo da insegurança, do frio na barriga. Nunca perder essa essência é importante, torna-nos reais, palpáveis. Porém, desarma-nos! "Tudo Flui", disse Heráclito. Para ele, " as constantes transformações eram justamente a característica mais fundamental da natureza".

Sabe-se que a mudança é a única certeza da vida, entretanto, o que não se sabe é qual rumo tomar. Qual a ponte entre o seguro e o inseguro? O que os separa? O anagrama de "roma" é o que separa a terra da vida, da terra da morte, alguém já dizia isso. Quem aí segura as rédeas do próprio destino? Quer dizer, quem acredita em destino? As perguntas movem o mundo, dão a ele uma dinâmica, relacionando-o às forças que exercem sobre ele. Forças atrativas, de repulsa...até elas devem ter uma ordem para acontecer, mudar o sentido. De qual das duas é a vez?

"...como é difícil acordar calado, se na calada da noite eu me dano.
Quero lançar um grito desumano, que é uma maneira de ser escutado..."

Como sempre, tú Chico, tens razão. O silêncio atordoa, as frases continuam curtas, imagina-se mais. Abre-te os olhos, enxerga o que todos já viram, e busca voos mais altos. Não te prende à primeira impressão. Enganam-se facilmente, não dando o certo valor de cada um no momento certo. Acaba que caminha pelo lugar errado. Às vezes, vejo isso como uma espécie de blindagem. Fica difícil atingir quem não está no pelotão de frente. Será também, que é pedir demais? Por maldade não deve ser. Imagino que por algum tipo de medo, fico com essa opção, na maioria das vezes.

Tudo está se movimentando, logicamente, nada irá durar para sempre. Com isso, pode-se concluir:
"Tudo que é sólido, desmancha no ar."

19 de abril de 2011

Hoje é dia de Bandeira.




Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.


Homenagem a Manuel Bandeira, um dos maiores Poetas Brasileiros, que estaria completando hoje 125 anos de seu nascimento.

17 de abril de 2011

À espera do ensejo.

O instante que antecede a desavença é tão tenso quanto foi a Guerra Fria, não se sabe por onde pode ser atacado. Apenas espera-se um golpe, porém inofensivo, assim como foi caracterizada a guerra. Todos tão armados, tudo bem planejado, entretanto, o medo de um ataque mútuo permeia o ambiente.

É um jogo estratégico, cansativo na maioria das vezes. Não há ataques diretos, observa-se muito mais, envolvendo-se numa teia que te prende sem dar respostas imediatas. A condição atual castiga, saber detalhes é um martírio. Mesmo assim, continuo lá, ao lado, ligando intrínsecamente a dor e o querer em uma súplica rotineira. É a crua sensação do desespero, deixando-te de mãos atadas.

Não me peçam explicações, existem várias óticas para a mesma obra, "sou um coração, não um cardiologista", já dizia o grande Gênio. Portanto, não me perguntem o que fazer. Não espere clareza, confundir é mais atraente, até porque, ninguém anda por aí com o seu manual. Seria mais fácil se já viessem designado as precauções e contra-indicações, concordam? Ao concordar comigo você pode estar discordando de você mesma, cuidado!

Instantes que cabem na eternidade, entretanto, em instantes, acaba a eternidade, são momentos únicos que de uns dias pra cá mudam todo o modo de ser. Deixar a surpresa para a última hora aumenta o desejo de um momento propício para clamar o óbvio.

14 de abril de 2011

"...quando não houver mais amanhã, será um belo dia..."



É um jogo adolescente, que busca a todo momento chamar a atenção. Não o faz mais como antes, através das ideias, dos atrativos naturais, pelo prazer da conversa. Pelo contrário, menos palavras são proferidas, menos afagos, apenas o olhar e a tentativa fracassada de obter o poder de ler a mente alheia.

Muita honestidade para com os demais, representa menos chances por enquanto, porém é o correto. Não é pensando por cima dos outros que se alcança o que quer. Torna-se apenas mais um risco.
Mas, demostrar fraqueza para chamar atenção? Como isso é possível, se não parecer fraco é o meu forte?

Algumas incertezas rondam o meio, dificultando ainda mais uma tentativa de decisão rápida. As diferenças acentuam-se, os caminhos não se cruzam. Os desejos ampliam-se, mesmo que ainda faça temer um certo mal entendido. Os erros se concretizam como tapas na face de alguém que tem as mãos atadas.



Tem tocado muito:

Desde aquele dia (Engenheiros do Hawaii)

Desd'aquele dia

Nada me sacia
Minha vida tá vazia
Desd'aquelia dia

Parece que foi ontem
Parece que chovia
Um rosto apareceu
(Uma heroína)
O rosto era o seu
(Seu rosto de menina)

Parece que foi ontem
Parece que chovia

Desd'aquele dia
Minhas noites são iguais
Se eu não vou à luta
Eu não tenho paz
Se eu não faço guerra
Eu não tenho mais paz
Não aguento mais

Um dia mais, um dia a menos
São fatais
Pra quem tem sonhos pequenos
Sonhos tão pequenos
Que nunca têm fim

Eu só queria saber
O que você foi fazer no meu caminho
Eu não consigo entender
Não consigo mais viver sozinho

10 de abril de 2011

Expedição para Boqueirão da Onça - BA

No período de 18 a 31 de maio de 2009, será realizada a 1º Expedição Conjunta dos Centros de Fauna do ICMBio, CEMAVE, CPB, RAN e CENAP, para a região de Boqueirão da Onça, municípios de Campo Formoso, Sento Sé, Juazeiro e Umburanas/BA, onde há uma proposta de criação do Parque Nacional de Boqueirão da Onça. Esta expedição objetiva complementar as informações sobre a fauna dessa região; levantar subsídios para elaboração das listas de espécies ameaçadas da fauna da Caatinga; e, fundamentar proposta de criação do PARNA Boqueirão da Onça e do Corredor da Biodiversidade da Caatinga que ligará esta futura UC aos Parques Nacionais da Chapada Diamantina/BA e da Serra da Capivara/PI.

A região que será estudada compreende a área onde será criado o Parque Nacional Boqueirão da Onça, cujo processo esta em andamento no ICMBio, o qual terá uma área de 823 mil hectares envolvendo os municípios de Sento Sé, Sobradinho, Umburanas, Campo Formoso e Juazeiro/BA. Uma formação de Caatinga, ainda pouco estudada que, segundo alguns especialistas, pode concentrar inúmeras espécies endêmicas e ameaçadas.

Até o momento, foi confirmado na região a existência do Arapaçu-do-Nordeste, Bico-virado-da-Caatinga, Arara-azul-de-Lear, dentre outras aves de grande importância para a conservação. Segundo o MMA, no Bioma Caatinga existem 20 espécies de aves ameaçadas de extinção e 15 espécies endêmicas.

Dentro do contexto do planejamento estratégico do CEMAVE, tanto o conhecimento da diversidade da avifauna, quanto o fornecimento de subsídios para a elaboração ou revisão de listas de espécies ameaçadas e de planos de manejo de unidades de conservação são considerados importantes. Desta forma, este levantamento de aves na Região de Boqueirão da Onça, insere-se no Projeto Avifauna do rio São Francisco bem como nas atividades de estudo das espécies ameaçadas de extinção.

A caatinga ocupa uma área de 734.478 km2, e é o único bioma exclusivamente brasileiro (SILVA, et al 2004), com alto índice de endemismos. O bioma caatinga é apontado como um dos mais críticos em termos de conservação de sua biodiversidade e ainda prescinde de ações que discutam políticas para o estudo e a conservação da biodiversidade brasileira. O PARNA Boqueirão da Onça está inserido dentro da área do Corredor Ecológico das Onças na Caatinga, que passará pelos estados da Bahia, Pernambuco e Piauí e terá cerca de 3 milhões de hectares, interligando as unidades de conservação dos três estados, formadas pelo Parque Nacional da Serra da Capivara, Parque Nacional da Serra das Confusões, atravessará o Rio São Francisco para a margem direita, atingirá o Parque Nacional do Boqueirão da Onça e será conectado até o Parque Nacional da Diamantina.


Fonte: http://www4.icmbio.gov.br/cemave//index.php?id_menu=24&id_arq=80


A notícia não é uma das mais novas, porém a intenção é a divulgação do corredor ecológico da região, e a busca por mais informação visando uma futura participação.

27 de março de 2011

26 de março de 2011

O luar e a dor.



Com o luar do sertão
a comprovar minha dor,
pela boneca linda como uma flôr.

Entrego-me à solidão;
mergulhando no vazio,
buscando uma solução
para acalmar esse turbilhão.

Faz-me errar,
em apenas sorrir e me olhar.
Fico sem chão, atordoado,
com o coração pulsando em compasso.

É tarde, já saltei!
Não me deram asas,
disso eu sei.
Não me deixes cair, apanha-me.



(Júnior Vilas Bôas)