22 de janeiro de 2013

(Des)Informação




É interessante a relação do povo com os programas de entretenimento da tevê. O que no futebol seria uma linha tênue entre o amor e o ódio, a relação entre, por exemplo, o BBB com o público, é algo de carência/dependência exagerada.

Antes de qualquer coisa, quero dizer que não estou aqui para me posicionar à favor ou contra o programa. Citei o Big Brother como exemplo porque é o principal programa de Reality Show exibido no Brasil, e esse formato de programas é o que está em questão. Uso BBB especificamente, mas pode se estender a todos.

A população carece de oportunidades, opções, acesso à cultura/informação/lazer, reclamam todos. A indignação também é vista quando o assunto é a programação da tevê aberta. Mas expliquem-me algo: qual a sensação de criticar os programas de entretenimento aos quatro ventos, nas redes sociais (principal foco)? O que essas pessoas esperam desse tipo de programa? Que os participantes discutissem as questões existenciais que afligem a humanidade? Não, né! Como já foi dito, o BBB é um programa de entretenimento, não é dele essa função. Quer cultura, informação? mude de canal! É simples! O que não faz sentido é um bando de pessoas sentindo prazer em assisti-lo apenas para criticá-lo logo após. Outro ponto, não é o fato de assistir que o tornará um ignorante, como também, não é deixando de assistir que fará de você uma pessoa culta. Este caminho é um pouco mais longo...

Os Reality show's são programas de sucesso em vários países, e fundamentam-se em algo interessante: pôr em choque às personalidades de cada um. Programas assim são máquinas de fazer dinheiro, ou seja, obtém sucesso naquilo que foram pré-determinadas, em seus devidos ramos televisivos. Bem provável que houveram diversas pesquisas, planos de marketing e várias outras coisas que serviram como base para a criação do mesmo. Então, não é porque você acha que criticando o programa estará se tornando superior. Não há nada de errado com o mesmo, logo, você assistindo-o com a intenção de criticá-lo depois, ou simplesmente por gostar, estará fazendo dele um sucesso. Portanto, lembra da pesquisa que foi mencionada anteriormente? Pois é, você está inserido.

Volto a dizer, não há nada de errado com o programa, ele faz o que se propôs a fazer. O problema está nas pessoas, elas tornam os BBB's da vida um sucesso. Muitos vão dizer: "Ah, mas a grande massa não tem informação/educação, assistem qualquer coisa", "não tem senso crítico". Sei disso, mas duvido muito que seja a grande massa a ir nas redes sociais falar mal desses programas. Obs: A questão do nível de informação da população é uma outra questão, para outra postagem, quem sabe!

Portanto, busquem o lado bom das coisas, mas façam em algo que as façam bem. Não procurem apenas os defeitos, eles são visíveis, e fáceis de serem encontrados.



(Júnior Vilas Bôas)

19 de janeiro de 2013

Do ofício.




Escrevo sem querer, apenas por não encontrar uma maneira de falar. As palavras se fazem refém dentro de mim, e eu me faço refém do que elas significam. Refém do peso que elas carregam, povoando minha mente, sufocando-me. A prisão é a folha em branco, é nela que despejo todos os verbetes condenados por mim. Qualquer palavra que caracterize o sentimento, é julgada e, quase sempre, sentenciada com culpa. Logo, cumprirá sua pena, figurando no papel.

Mas como é possível escrever apenas pela vontade de "esvaziar a chaminé"?, assim como desenvolvido por Dr. Breuer e Freud, seja na ficção (Quando Nietzsche Chorou), ou não. No fundo, o que nos trouxe até aqui foi a vontade de alcançar os olhos daqueles que desejamos chegar aos ouvidos. O que é escrito tem de ser lido, da mesma forma, o que tem para ser falado, também deve ser ouvido.

(*)

Uma pequena pausa, superar uma barreira: caneta falhando! seria uma boa analogia, se não fosse verdade. Pronto! Substituída.

(*)

Qual deve ser a diferença entre não ser lido, e não conseguir falar o que pensa? Em qual ponto as duas coisas se cruzam? Que dor elas compartilham? Será que depois de lido, e encontrando a chance de falar, saberemos a resposta? Separados por uma linha tênue de coincidências, unidos por um caminhão de dúvidas.

Acredito que aquele que escreve, o faz, decerto, pela emoção de imaginar que seus rabiscos estão sendo lidos por quem realmente queremos. É com esse propósito que deve fundamentar-se o simples ofício, daquele que, entalado pela vida, encontra na junção da folha em branco com a caneta, seus aliados.

A tecnologia espanta, aproxima, afasta, ajuda...
...são várias opiniões, sabemos disso. Ok! falaremos disso em outra postagem. Entretanto, nada substituirá o prazer em rabiscar uma folha, acredito eu. Depois de escrito, a digitação, é, lembro-me do tempo das máquinas datilográficas, ainda no colégio: dedos rápidos nas teclas, olhos atentos nos papéis. E uma dúvida pairava no ar: "como que ela não enfia os dedos nos espaços vazios do teclado?" Caraca, ela é demais! rs Era isso que eu pensava à respeito da secretária do colégio, isso nos anos 90. Faz um tempo, fez-se o tempo...

Até onde estaria disposto a chegar, caso tivesse a oportunidade de falar tudo que penso/sinto, provavelmente, não saberia dizer. Da mesma maneira que não sei onde minha imaginação me leva a partir do momento que começo a escrever. É a simetria das asas da borboleta, completando-se, e seguindo num voar rítmico, esperando o local de pousar.


(Júnior Vilas Bôas)





PS: Fica a dica do Livro: Quando Nietzsche Chorou. Boa leitura!

10 de janeiro de 2013

O romper dos tempos.




Pronto, podemos comemorar, os Maias erraram na sua profecia. Mais um ano se inicia, e o erro, mais uma vez, ficou nas mãos de quem disseminou a ideia apocalíptica do fim dos tempos.

Como de costume, a cada romper da linha de tempo, chamada de "ano", ouvimos aquela velha história das mudanças de vida, novas metas, desejos, sonhos e por aí vai. Não sei, pode ser que muitas dessas vontades não consigam se realizar justamente por não levarmos tudo isso à sério, doze meses seguindo à risca, tudo que foi mentalizado naquele instante que dura a queima de fogos. É difícil dizer, mas duvido muito que seja por isso. "Tudo muda ao teu redor", já diziam. Por que não mudar as metas e objetivos no decorrer do ano? Por que ser tão pessimista em pensar que, na distância em que se separa o dia 1º de Janeiro ao último de Dezembro, iremos considerar os mesmo objetivos como os principais?

A mudança de ano tem seu valor, é claro!, nada de ritual, superstições ou mandingas, apenas a intenção. Sim, a vontade de estar num bom lugar, rodeado de pessoas bacanas e de preferência em contato com a Natureza. Gaia, a Mãe-Terra, sim, ela sente a necessidade da nossa presença com esse espírito. Buscar o contato tendo em mente o dever de cuidá-la no prosseguir dos anos. Lá fazemos uma espécie de pacto, objetivando cada vez mais seguir seus ensinamentos, buscando a paz e o equilíbrio, mesmo diante de todas as turbulências, combatendo a entropia do sistema, tentaremos sempre, assim como a Natureza o faz, buscar o equilíbrio sempre.

No final, o diferencial será a energia que carregaremos desses lugares, e como transmitiremos no decorrer dos dias e em tudo que começamos a fazer. São metas, são vontades, é simbólico, é o pé direito...é apenas a vontade de iniciar tudo com um pensamento positivo.

Muita Luz em 2013!



Júnior Vilas Bôas