9 de julho de 2013

A linha que me leva.



Já havia levantado a questão da teoria dos 6 graus, que discorre sobre a proximidade das pessoas de todo o mundo. Fala sobre a distância média entre essas pessoas, sobre as chances de se conhecerem. Mas qual a  chance, em média, dessas mesmas pessoas, em se interessar pelas mesmas coisas? Calma! Não vai ser um texto técnico, com análises estatísticas...são apenas reflexões. [rs]

"todo mundo é uma ilha"

Apenas o que está guardado em pensamento é o que realmente nos pertence. O restante, pertence ao mundo, ao outro, ao todo. Na maioria das vezes, deixamos de perceber situações semelhantes a que estamos passando, exatamente, por não compartilharmos os pensamentos. Quando o fazemos, cresce a chance de identificar uma extensão no outro, e logo em seguida, notamos que tudo é comungado, e nenhuma sensação ou situação é única.

Por quantos exemplos de "ser ideal" cruzamos pela rua? E quantos dizem o mesmo de você? Não se sabe, nada é dito. As opiniões, as semelhanças, tudo isso liga as pessoas, constroem amizades, criam os laços. Quanto de nós é sabido pelos amigos? Quanta sinceridade (em média), é exigida no "livro de ética da amizade", para que a mesma seja verdadeira? (Ops, devaneios...rs) Quanto do outro foi passado para formarmos nossas opiniões a seu respeito? Quanta verdade ou lucidez, tem na linha que separa a mente, da caneta que desliza sobre a folha em branco?


Acredito que o principal conceito de amizade seja: o quanto você sabe do outro. Se for permitido quantificar, acredito que seja isso que meça.

Será que a lei dos 6 graus nos permite ser otimistas quanto aos compositores/escritores, que com suas obras fazem o papel dos amigos? Compartilhando experiências, nos dizendo como reagir ou pensar, em certos momentos, que, seja lá por qual força, se assemelham?

"Em que tronco encontro talhado o meu nome e o teu?
Em que sonho eu sonho o meu sonho igual ao teu?"

As músicas e os livros servem como pontes, ligando pessoas, situações, cenários e experiências. Da necessidade dos escritores e compositores em cuspirem suas artes, de torná-las do outro, unem-se diversas mentes mundo afora. A obra (arte) do outro, muitas vezes, reflete com facilidade tudo o que você quer exprimir, porém, o sol não rompe a banca, não traz à tona suas ideias. A sensibilidade do artista à serviço do outro, como uma extensão de si mesmo e vice-versa. Um interlocutor que se aproxima desafiando às distâncias físicas.

"Eu tenho muitos amigos
tenho discos e livros
mas quando eu mais preciso..."

Pessoas, músicas, livros...bem, escolham suas armas, monte seus exércitos, encontre seus aliados. A guerra já está aí, não se sabe seu fim ou início.




(Júnior Vilas Bôas)




PS: Dicas de músicas e livros são sempre importantes, então lá vai: 
Nescafé - Apanhador Só
De fé - Engenheiros do Hawaii
Apenas um rapaz latino americano - Belchior
A Peste - Albert Camus