3 de agosto de 2012

Do perigo iminente.



Nas estradas de Minas, entre o belo e o perigoso, uma linha tênue, que abriu os olhos daquele que vivia numa espécie de feitiço. Da janela do ônibus podia se ver uma linda paisagem, montanhas, cafezais, e um verde deslumbrante, porém, o show da natureza não escondia o perigo dos desfiladeiros e penhascos logo ali ao lado da estrada.

Em todo esse tempo, o sentimento confundiu-se com as estradas mineiras. A pureza em sentir, com o coração pulsando, o mais forte dos sentimentos. Sem promessas de ser feliz, assumindo todo o risco, essa é a verdadeira coragem daquele que se entrega.
A entrega mostra a coragem, a sinceridade, até onde você pode chegar. Já que você passa a não ser o dono das rédeas, fica em suspensão, nas mãos dos deuses, à rolar junto com os dados. O risco, sim, foi saboreado, e acredite, é amargo, assim como previsto.

O risco, nada mais é que a parte perigosa da estrada. Era o medo inerente, em seguir viagem na escuridão. Exemplos não faltaram, entretanto, quando não se está sendo levado, fica fácil enxergar e, tentar reagir. Por outro lado, quem está dentro do "ônibus", sendo carregado, mesmo sabendo dos riscos, a pessoa quer apenas enxergar o que vem depois do perigo. E muitas vezes, o inesperado acontece. Não obstante os fatos, nada de mágoas, as sinuosas estradas de Minas retratam muito bem o caminho percorrido, onde, no fundo, a chance de não dar certo era real e visível o tempo todo. Ou seja, não assustaria caso viesse a se concretizar.

A responsabilidade em guiar tal "veículo" é muito grande, não se pode brincar. A vida não permite que você negligencie a direção, pois, pode não haver outras chances, e sim, apenas uma. Justamente aquela onde você deveria ter pedido ao motorista que parasse o "ônibus" que você quer embarcar, ou então, por pior que seja, desembarcar. De uma maneira honrada, madura. E nunca, jamais, brincar com a direção. Porque o destino, sim, o destino...pode vir na contramão!




(Júnior Vilas Bôas)


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