13 de fevereiro de 2009

'Dons Quixotes'


"Muito prazer, meu nome é otário, Vindo de outros tempos mas sempre no horário peixe fora d'água, borboletas no aquário. Muito prazer, meu nome é otário, na ponta dos cascos e fora do páreo puro sangue, puxando carroça..."
Espero que vocês se acostumem com essa minha mania de sempre trazer partes de músicas da Banda Engenheiros do Hawaii. Pela facilidade com a qual a Banda toca nos pontos do nosso cotidiano, possibilitando assim, essa interação da música com a realidade.
Tentando entender um pouco essa música e, ao mesmo tempo, fazendo uma analogia com o Livro consagrado de Miguel de Cervantes, observamos que existam vários tipos de "Dons Quixotes". Na música percebemos o quanto lutamos por coisas desnecessárias, para alcançar falsos objetivos. Como somos 'Otários'(no sentido de sermos facilmente enganados), por um sistema viciado, em resultados, em metas e principalmente em padrões estipulados por quem não sabemos quem sejam, mas que seguimos os moldes. Travamos guerras que não são nossas, somente por uma Bandeira, por influência, por lucros...ou seja: "por amor às causas perdidas". Esse é o Dom Quixote de Humberto Gessinger, uma pessoa fácilmente enganável.
Já no Livro, que vai de uma crítica aos Romances de Cavalaria(Sucesso na época) até uma injeção de otimismo nos leitores, nos mostra um Personagem que acredita que pode mudar seu meio. Com a coragem que só o Cavaleiro da Triste Figura possuía, ele enfrentava dragões, gigantes, e todas pessoas que insistiam em praticar as mais diversar injustiças no mundo. Esse, no caso, seria o Otário de Miguel de Cervantes. Um homem que transfigurava a tudo aquilo que cruzasse seu caminho, e que não tivesse explicação para ele naquele momento. Nesse ponto encontramos uma diferença entre os dois Dons Quixotes: Na música ele aceita a tudo sem questionar, já no Livro, ele necessita saber as razões do acontecido.
Contudo, tenhamos a consciência de que somos facilmente enganados por um sistema que deturpa o conceito de Democracia, de Sociedade e até de Pátria. Mas que possamos ser os bons Dons Quixotes, que não aceitam injustiças e que sempre estará enfrentando seus dragões, mesmo que estes não passem de apenas "moinhos de ventos". E principalmente, otimistas sempre!



PS:Resolvi fazer esse texto depois de ler no Jornal do Senado que José Sarney(ele mesmo), irá presidir o Senado pela terceira vez. E agora, somos ou não somos Dons Quixotes?


Já aproveito e deixo duas dicas para vocês meus amigos:
1º - O Livro Dom Quixote de La Mancha(Miguel de Cervantes)
2º - A música Dom Quixote, presente no CD Dançando no Campo Minado(EngHaw)

Sintam-se à vontade para ler, concordar, criticar, discordar...o Blog também é de vocês!
Abs

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