8 de agosto de 2013

Moderno como um relógio antigo.




Acho muito interessante quem consegue relacionar vários fatores em suas obras, sejam elas, músicas, livros, filmes, ou qualquer expressão artística. Muito me admira os músicos, principalmente, que conseguem trazer junto às suas músicas, referências literárias. Confesso que tal fato seja fator determinante, para que eu me considere um fã, e assim, aprecie sua genialidade.

Não querendo ter a pretensão de comparar-me àqueles que me refiro como fã, mas sempre que escrevo, busco trazer inerente às palavras algo que tenha visto-ouvido-lido por aí. É algo que realmente me encanta. Saber que as coisas não estão sozinhas no mundo, que tudo pode ser relacionado.

Seja relacionando o segundo com o oitavo disco lançado por sua banda favorita, ou comparando autores literários, ou até mesmo, fatos históricos ocorridos no mês ou ano de nascimento [RS]. Parece loucura, mas...deve ser mesmo.

O que busco com isso? Boa pergunta! duvido que sejam apenas respostas.

Os dois últimos filmes que assistir, juntamente com o meu último livro digerido, ainda estão frescos na minha cabeça. Os filmes "Amour" e "Perfume de Mulher", são muito intensos, fortes, em seu desenrolar. Um conta a cumplicidade de um casal, que enfrenta um mundo cruel com aqueles que não mais "fazem a roda girar", porém, temendo o abandono e a separação, usam do sentimento nutrido um pelo outro, como uma arma para enfrentar seus medos e dúvidas. No outro, um homem acostumado às mazelas do mundo, consegue ter a sensibilidade para enxergar, mesmo sendo cego, a pureza e a força de um sentimento, por muito não compartilhado, protegendo-o, ainda que de forma rude, assim como um espinho protege uma rosa. Quanto ao livro, a obra clássica de Albert Camus, "A Peste", mostra a mudança na vida cotidiana de uma cidade atacada pela peste.

A dúvida no amanhã, e a dor de um passado, muitas vezes, não resolvido. Em todos eles, assim como nos sentimos quase sempre, somos reféns do tempo e dos caminhos trilhados. De escolhas acertadas ou não, pouco importa. O não tentar continua ferindo mais que uma decisão errada no final das contas, quando o tempo passa e, a ampulheta não possui mais areia na sua parte superior.


Cantarei,
canta-lo-ei meu verso
minha sina, em ser
um cantador.



(Júnior Vilas Bôas)

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