10 de maio de 2012

O reflexo da folha em branco.



O quê escrever em dias assim? A folha em branco refletindo a luz, cansando "as vistas", pedindo para que a mão que segura a caneta escorregue por entre as linhas, em movimentos leves e constantes, juntando letras, formando palavras, sejam elas sem sentido, ou não, já que nem todo sentido é sentido, e nem toda falta de sentido faz sentido.

A indecisão é tamanha, e castiga uma mente cansada, subjugando um coração refém da sorte. Castigando como a Seca no Sertão, luta-se como o bravo Sertanejo que não foge à sua luta diária, nem abandona sua terra. Elevam-se as intenções aos céus, e espera-se que venha a chuva, trazendo consigo, a esperança.

Ops! Pausa, uma pequena interferência no resultado do texto.

A dúvida gera a inquietação, que acaba mostrando caminhos a seguir. Novas oportunidades, nem sempre bem sucedidas, outras nem tão fáceis de serem alcançadas. Pelo contrário, algumas tentativas geraram algo semelhante a um simples e breve afastamento, medo, barreira...
...não sei definir, apenas perceber. Sei o motivo, conheço o vilão muito bem, pra identificar que são seus ideais, o responsável pela nova barreira a ser transposta. Mas, somente se esse for o caminho a seguir. As engrenagens se movimentam com muita energia, e muita coisa pode mudar de maneira rápida.

A concentração é falha, isso é perceptível. A inquietação no mundo das ideias vence a concentração em sua forma apresentável no mundo material. Uma batalha árdua, que se perde ganhando, e se vence, sempre, perdendo algo.

Provavelmente não tenha nada definido nos próximos dias, nada que venha a me fazer tomar decisões, ou coisa do tipo. Apenas caminhos cruzados, atalhos, estradas duplas e apartes em discursos não tão elaborados, nem, certamente, pensados. Só o simples exercício de ver a mão que segura a caneta, fazendo-a deslizar pelas folhas em branco. Branco esse, que reflete toda a agitação de quem se refugia e pede abrigo entre as palavras soltas, sem sentido, para quem sabe assim, encontrar o sentido a seguir.



(Júnior Vilas Bôas)







Em tempos de seca, eleve suas intenções: http://letras.terra.com.br/luiz-gonzaga/81584/

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