9 de junho de 2013

Medo d'Mar



Tenho medo do mar,
da sua imensidão. 
Tenho medo do mar,
de não saber nadar.

Tenho medo das ondas, 
e da variação de humor
refletida no movimento das marés.

Tenho medo de mergulhar
e de como vou reagir, 
ao conhecer tua vida marinha.
Tenho medo dos mistérios
e do tesouro que vou encontrar.

Procuro um barco,
para com ele navegar.
Num mar sem ondas
com o vento à favor, navegar,
por entre teus mares,
além mar.





(Júnior Vilas Bôas)

3 de junho de 2013

Qual a lógica do sistema, razão-loucura?




Não pretendo entrar no mérito de uma discussão entre a emoção e a razão. Permito-me, apenas, mostrar uma preferência, ou uma busca, por ações racionais. Há muito, deixei para trás o, intrépido, ímpeto juvenil por uma postura mais condizente com minhas características e maneira de ver/pensar o mundo.

(*) Bem, não é uma receita ou forma pré-fabricada de pensar. Não estou ditando fórmulas, nem garantindo que, com a minha forma de enxergar as coisas, esteja eu, certo ou errado. Cada um pensa a própria vida à sua maneira.

A razão entrou em questão, mais uma vez, depois que assistir o filme: Deus no banco dos réus (God on trial), onde fica marcado intrinsecamente a capacidade humana em manter-se fiel à razão, mesmo em situações contrárias, as quais exigem que sejamos nada mais que animais selvagens lutando pela sobrevivência.

O filme nos mostra a história, que muito se diz ser verídica, de um julgamento em pleno campo de concentração em Auschwitz. O tribunal era formado por judeus, que exerciam diferentes atividades antes de serem aprisionados, seja um rabino, um físico, um da área do direito, um fabricante de luvas, entre outros. Em meio a toda aquela atmosfera enlouquecedora, resolvem "julgar" Deus, alegando que o Mesmo havia quebrado o pacto firmado com os "Filhos de Israel". E entre aquelas paredes, que guardavam todo o terror do Holocausto, uma única dúvida: Deus, inocente ou culpado?

A capacidade do homem de se refazer depois de alguns traumas, ou de manter-se forte diante de certas situações atípicas, desafia qualquer entendimento lógico. No caso do filme, o julgamento pode, também, ser interpretado como uma válvula de escape perante toda aquela loucura vivida ali dentro. O que seria contrário ao que se entende por uma razão.

"Qual é a utilidade da razão,
neste mundo gerido pela loucura?"

Como não pensar numa atitude costumeira, a qual seria, ali, naquele ambiente, todos começassem a rezar e pedir que Deus intercedesse por suas vidas? Entretanto, de alguma maneira, eles fazer o que não era esperado, questionam-o. Buscam respostas sobre o acordo, se os teriam abandonado à própria sorte.

A razão pode ou não estar agindo diante de tais acontecimentos, porém, nota-se que a mesma está atrelada à loucura. Os dois lados da moeda, não permitindo que se distancie. Vivendo em pares, buscando explicações, um explicando o outro. O calor e o frio, luz e sombra, a noite e o dia...

A loucura que gera a razão, usa a racionalidade para tentar entender a loucura presente no mundo.


PS: Querem saber o resultado do julgamento? Pois bem, devem imaginar que vou pedir para que vocês assistam. Uma coisa eu digo: Vale muito à pena!!



(Júnior Vilas Bôas)