14 de outubro de 2012

Na política: os medos são os mesmos.



A democracia é inegavelmente soberana, quanto a isto não há o que se discutir. A vontade do povo, depositada nas urnas, e expressa no resultado, está acima de qualquer interesse ou vontade própria. Mas até quando a vontade da maioria pode decidir e representar o todo?

Agora que me encontrei envolvido, ainda mais, com toda esta atmosfera política, pude perceber um pouco mais do jogo que move interesses em todo o país. Assim como o samba e o futebol, nossa política também é única. No Brasil, o povo não percebeu duas coisas: o poder que têm nas mãos, e quem paga a conta por tudo. Brasileiro não é politizado, é politiqueiro, e esse pequeno detalhe nos torna uma mercadoria de troca, uma verdadeira massa eleitoreira. Adoramos o "barato que sai caro", somos dono de um voto válido, que na verdade não vale nada. O povo gosta do "fuzuê" político, e só! depois do resultado-posse-mandato, não nos preocupamos mais, não cobramos, nem fiscalizamos aqueles que elegemos. 

Trocamos nosso voto por qualquer coisa, pelo simples fato de imaginar que levaremos vantagem. Só que esquecemos que dinheiro de campanha também é dinheiro público. E por isso, não nos resta outra alternativa senão viver um dia de cada vez, um perrengue diário, sem se permitir fazer planos para uma vida digna, já que desejamos a vantagem no momento, JÁ!

A vontade de realizar um bom trabalho à frente de um cargo público, esbarra na ganância em possuir cargos com altos salários e, considerados por muitos, de maior importância (lê-se: com maior facilidade em lucrar!). Poucos estão preocupados em deixar um bom serviço prestado para a cidade, até mesmo aqueles que ganharam sua primeira oportunidade. Já entram infectados pelo vírus do poder.

Outra questão que é responsável por formar uma barreira entre o desenvolvimento de uma cidade e sua gestão, se encontra, nos interesses econômicos por trás de um representante. Quem financia dita as regras e, na maioria das vezes, comandam a gestão usando de manobras para atrair recursos para o próprio bolso. Eleição é negócio, isso é notório, por isso a preocupação em quem vamos depositar nossa confiança é importante. Todavia, ela pode ser a última a gerir à "máquina".

Fala-se muito por aí que o poder corrompe. Não acredito muito! pra mim a política Brasileira já é infectada. Assim sendo, para alguém obter uma longa jornada nesse meio, não é preciso estar vacinado, pelo contrário, deve entrar também, já infectado. Ok! não vá pensar que é uma visão pessimista de minha parte em relação aos políticos Brasileiros, pois, mesmo sabendo que a maioria é corrupta, reconheço que temos grandes nomes ocupando cargos públicos. Entretanto, o "sucesso" na carreira é interrompido pelos interesses daqueles que detém o poder.

Como mudaremos esse quadro? Até quando iremos tolerar essa bagunça? Quando veremos nosso país destinar a verba pública em investimentos que realmente farão diferença no futuro? É, não sei, talvez quando sairmos da adolescência e atingirmos a maturidade.



(Júnior Vilas Bôas)